PREPARAÇÃO PARA CONCURSO PÚBLICO com o professor Henrique Correia

 BREVE RELATO DA MINHA EXPERIÊNCIA DURANTE A PREPARAÇÃO PARA O CONCURSO

A decisão em prestar concurso público surgiu em 2001. Após dois anos fazendo estágio em um

escritório de advocacia, decidi que não queria ser advogado, mas ingressar no serviço público.
Coloquei a primeira meta (a primeira de muitas...), que era sair da faculdade já como oficial de justiça
ou técnico judiciário. Comecei a fazer curso de português, fator decisivo para aprovação em qualquer
concurso público.
O primeiro concurso que prestei foi para Técnico Judiciário do TRT da 15ª Região. Nessa época,
era professor de inglês. Trabalhava todos os dias, o dia todo, frequentava o 4º ano da Faculdade de
Direito de Franca, SP. Estudava durante os intervalos das aulas de inglês, nos intervalos do curso de
direito e, principalmente, à noite, ao chegar em casa (estudava todos os dias até 1 ou 2 horas da manhã)e nos fins de semana.
Estudei bastante para esse concurso de técnico, havia, inclusive, matérias estranhas ao curso de
direito, como matemática. Consegui minha primeira aprovação, fui classificado em 7º lugar, na área de Franca, interior de São Paulo. Não tive muita sorte, pois foram chamados 6 candidatos e o concursoprescreveu. E eu fiquei de fora...
Nesse meio tempo, eu já havia prestado muitos, muitos concursos em diversos locais do País.
Verifiquei que estava estudando matérias muito diferentes. Ora estudava para polícia federal, ora
estudava para AGU, analista do INSS etc. Decidi focar apenas na área de que mais gostava: carreiras
trabalhistas. Comecei, então, a me inscrever apenas para Técnico e Analista do TRT, Auditor Fiscal doTrabalho, Juiz e Procurador do Trabalho.
De tanto prestar concursos, e em razão dos anos de experiência como professor de inglês, fui
convidado por um amigo, hoje Procurador do Trabalho, Dr. Élisson Miessa dos Santos, para
ministrar aulas de direito constitucional, na Central de Cursos Professor Pimentel, em Ribeirão Preto,
SP. Lecionava de manhã e à noite e prestava concursos quase todos os fins de semana, nos mais
diferentes estados da Federação. Quando não estava trabalhando ou fazendo provas, estava sempre
estudando.
Fiz inúmeros cursinhos preparatórios, participei de grupos de estudo na internet. Só para Juiz do
Trabalho, prestei 26 concursos (vinte e seis, isso mesmo).
Fui aprovado no melhor cargo público do País: Ministério Público do Trabalho (MPT). Nesse
concurso, eu era um dos mais jovens Procuradores do Trabalho do País. A aprovação veio após longo
período de preparação e sacrifícios. Exatamente após 3 anos, 10 meses e 12 dias de estudo depois da
graduação.
Além de o salário para Procurador do Trabalho ser muito atrativo, confesso que sou muitíssimo
realizado com a atuação do Ministério Público, na defesa da sociedade, em especial do trabalhador brasileiro, combatendo as fraudes trabalhistas, promovendo a erradicação do trabalho infantil e do
trabalho escravo, nas investigações de órgãos públicos que violam o concurso público etc.
Consegui outras aprovações (Técnico Judiciário do TJ/SP, Analista Judiciário do TRT 3a RegiãoMG
e Procurador da Infraero), mas não assumi nenhum desses cargos, pois já era bem remunerado no
cursinho e tinha decidido que iria ingressar ou na Justiça do Trabalho, como Juiz, ou no MPT.
Constam a seguir algumas dicas de uma preparação consciente. Se eu pudesse voltar atrás, faria
tudo novamente. A conquista de um sonho compensa todo o esforço. Lembre-se de que o ingresso via
concurso público é o meio mais democrático e transparente de admissão para o trabalho. A inscrição é pública, todos podem concorrer ao cargo. Depende apenas do seu esforço.

1. A DECISÃO

Ao decidir prestar concurso público, é imprescindível que o candidato se inscreva em um bom
cursinho de português. O conhecimento razoável da norma culta da língua portuguesa (ortografia,
regência, concordância verbal etc.) e de interpretação de texto não é suficiente para aprovação.
Atualmente, exige-se que o candidato tenha profundos conhecimentos dessa matéria (acerto próximo
de 90% das questões de português).
Outro ponto que considero importante: não desvie o foco do concurso. A preparação especializada,
por exemplo, para a área trabalhista, gera resultados mais rápidos. Ao prestar para o TRT da 15a
, preste
também para o TRT da 2a
e 3a regiões e assim por diante. A matéria é, na maioria das vezes, igual.
Não se desespere. Se não tem como você se manter sem o trabalho, estude nos momentos em que
tiver tempo. Ademais, ao decidir prestar o concurso, tenha em mente que a aprovação é um projeto de
médio ou longo prazo. Portanto, faça as contas antes de largar emprego ou pedir ajuda aos familiares.
A aprovação poderá vir após anos de estudo.

2. A PREPARAÇÃO

Colocar em prática o sonho do concurso é a fase mais difícil, pois os hábitos devem ser
modificados. A preparação para o concurso público exige dedicação e muita, muita disciplina. Há
necessidade de que os familiares, amigos, cônjuge ou namorado(a) tenham consciência de que você
ficará, por algum tempo, afastado de eventos sociais. Concurso não combina com festas, cerveja e
viagem. Lembre-se de que o sofrimento é temporário, mas o cargo é vitalício!
Outro ponto importantíssimo: seja organizado. Tenha sempre suas fontes pessoais de informação.
Explico: durante o cursinho preparatório ou os estudos em casa, é necessário que se grife os livros, faça
resumos e confeccione um excelente caderno de anotações em cada uma das matérias exigidas no
edital. Existe uma grande chance de que você não passe no primeiro concurso 1
. Os candidatos
organizados reiniciam os estudos mais facilmente. Esse ponto, se pudesse voltar atrás, eu mudaria na
minha preparação. Não era organizado nos primeiros anos de estudo. Depois de várias provas
verifiquei a necessidade de implementar esse hábito.
A organização consiste também em fazer um horário de estudos, ou seja, programação prévia de
quais matérias serão estudadas em cada um dos dias da semana. Jamais vá pra cama sem saber o que
você vai estudar no outro dia.
O estudante deverá conviver bem com derrotas. Quem presta concurso, por vezes, tem péssimas
notícias. Terá de tentar conviver bem com elas. Tenho colegas que se apegaram à religião, outros
fizeram terapia com psicólogo. Indico as duas atitudes para preparação um pouco mais pacífica. Aproveite cada minuto. Tenha um livro para todas as situações. Livro para deixar no carro, ou no
aeroporto/rodoviária. No meu caso, já deixava livros e resumos na casa dos meus pais. Livro para
esperar na fila do banco ou dentista. Estava sempre lendo e estudando.
Há necessidade de focar o máximo possível. No último ano de preparação, eu saí pouquíssimas
vezes de casa. Gostava de ir ao cinema e, raramente, frequentava barzinhos.
Outro ponto que considero importantíssimo: não erre a mesma questão duas vezes. Após a
realização de cada uma das provas, refaça-a atentamente. Anote seus erros, para evitar o mesmo
engano. Diminua ao máximo as chances de erro. Tenha estratégia definida2
, isto é, analise em que
matérias você ainda não está seguro. Priorize seus estudos dessas matérias e, claro, das matérias com
maior peso na prova.
Pensamentos como “Será que irei conseguir?” “Estou fazendo a coisa certa?” são comuns entre os
estudantes de concurso. No meu caso, como era muito jovem, vivia com esses pensamentos. Achava
que estava perdendo os melhores anos da minha vida. Natural pensar essas coisas, só não poderá deixar
que esses pensamentos negativos tomem seu tempo de estudo. Outro pensamento ilusório é o de que
somente os gênios passam.
Em resumo:
a) Escolha um excelente curso de português (gramática, redação e interpretação de textos).
b) Se puder, frequente um cursinho preparatório, principalmente no início da preparação, para
pegar as dicas (livros, resumos, apostilas, melhores professores das matérias) e se acostumar
com o ritmo de estudos.
c) Seja organizado com o material de estudo, sobretudo com seu caderno de anotações, resumos e
esquemas de memorização.
d) Aproveite cada minuto de estudo. Não perca tempo!
e) Lembre-se de que a aprovação pode vir após alguns anos, logo, nesse período, podem surgir
algumas derrotas. A retomada dos estudos, sem perder tempo com lamentações e
arrependimentos, é imprescindível.
f) Não erre duas vezes a mesma questão. Refaça as provas já realizadas.

3. A ESPERA PELA NOMEAÇÃO E A POSSE

Ocorre, com muita frequência, a aprovação em concurso e a demora, por anos, para iniciar os
trabalhos. É a burocracia do serviço público. Na minha vida de concurseiro, acessava a internet, fóruns
de bate-papo sobre concurso todos os dias. Demorava uma eternidade para a nomeação.
Importante não desanimar e não perder o foco durante essa etapa. Vários alunos, após obterem a
aprovação, mesmo que distante do número das vagas previstas no edital, paralisavam os estudos,
vivendo apenas de “esperança”.
E por fim, a posse. Esse é um dos dias mais felizes da vida de quem se dedicou profundamente aos
estudos e ao sonho de ingressar no cargo público. No meu caso, como estudei por muitos anos,
confesso que foi um dia inesquecível. Ver a satisfação dos meus pais, familiares, amigos e namorada e a participar da comemoração realizada em razão da minha conquista foram fatos extremamente
emocionantes. Jamais esquecerei esse dia. Valeu a pena cada minuto de esforço.
                                                                       Bons estudos!


                          

DIREITO DO TRABALHO - PARA ANALISTA - COL. TRIBUNAIS E MPU - 6ª ED. 2015

Direito do Trabalho - Para Analista - Col. Tribunais e Mpu - 6ª Ed. 2015                                                 

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